HISTÓRIAS EXPORTADORAS: empreendedora tocantinense mostra que exportar também é possível para micro e pequenos negócios
Formada em relações internacionais, a tocantinense Maria Tereza Castro foi consultora técnica da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Acostumada a capacitar micro e pequenos empreendedores para o comércio internacional, ela conta que uma das queixas que mais escutava deles era: ‘exportar é algo para os grandes [negócios], está fora da minha realidade’.
Não satisfeita em incentivar e qualificar os empresários para vencerem o medo de exportar, Maria Tereza viu uma oportunidade de mostrar que, independentemente de tempo, recurso ou porte, um pequeno negócio pode, sim, vender seus produtos para outros países. “Eu peguei isso como um desafio. Falei: ‘vou criar uma empresa do zero e eu vou exportar com menos de um ano'”, lembra.
Assim surgiu a Yetu Biojoias, em junho do ano passado. A empresa vende brincos, colares e outras joias feitas de capim-dourado, uma planta de flor branca cuja haste dourada reluzente nasce no cerrado do Tocantins.
Por dois anos, Maria Tereza capacitou empreendedores para o mercado externo por meio do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), mas, agora, a empreendedora estava do outro lado da história.
“Eu fiz o curso, mas não como técnica e, sim, como empresária, para obter a certificação [do Peiex], porque quando você obtém a certificação, você pode participar de feiras, rodadas de negócio”, explica.
Quando ainda participava do Peiex e estruturava a empresa para iniciar as exportações, a empreendedora participou de um evento, na Bahia, que contava com a presença da atriz hollywoodiana Viola Davis, que já ganhou um Oscar de melhor atriz coadjuvante.
A empresária viu uma oportunidade de entregar um colar de capim-dourado para a atriz norte-americana, que não só gostou do presente, como publicou uma foto nas redes sociais usando a biojoia. “Ela repostou essa foto [que tirou com meu amigo] e ele me marcou. Aí eu já ganhei uma certa visibilidade”, conta.
De Tocantins para o mundo
Em novembro do ano passado, durante um evento do programa Mulheres e Negócios Internacionais, promovido pela Apex, Maria Tereza viu como, além da capacitação, a rede de contatos fornecida pela agência pode ser a porta de entrada para as exportações. A empreendedora fechou parceria com a Casa Brasiliana, em Portugal, para exportar suas biojoias para o país europeu.
“Em janeiro, eu encaminhei pequenas remessas por courier, de até mil dólares ou mil euros de valor total, e depois encaminhei outras peças por um programa dos Correios, para a Casa Brasiliana, em Portugal. Em fevereiro, a gente já começou a expor na Casa Brasiliana e eles funcionam como uma espécie de vitrine, que tira 30%, e o restante fica pra mim”, conta.
Menos de sete meses depois de fundar a Yetu Biojoias, a empresária mostrou que, com o parceiro certo, é possível acessar o mercado internacional.
“A meta de um ano que eu estabeleci era mais para mostrar a eles que era possível, não que de fato você vai exportar em um ano. Comigo aconteceu dessa forma”, pontua.
Mulheres e Negócios Internacionais
Criado em junho de 2023, o programa Mulheres e Negócios Internacionais é uma iniciativa da ApexBrasil com o objetivo de promover, qualificar, apoiar e potencializar as exportações de empresas lideradas por mulheres, por meio de cursos, rodadas de negócios e outras ações.
Desde o início do programa, já foram realizadas mais de 30 ações, com mais de 70 parceiros, resultando no crescimento de 33,4% no número de empresas apoiadas.
Para mais informações sobre o programa Mulheres e Negócios Internacionais, clique aqui. Para conhecer outros programas da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, acesse www.apexbrasil.com.br.
Número de MPEs que exportam cresceu três vezes mais do que o de grandes negócios, entre 2008 e 2022
Fonte: Brasil 61